O Ananás dos Açores

História

O ananás (Ananassa Sativus,Lindl) cultivado em estufas de vidro na ilha de São Miguel é originário da América Central e do Sul e foi introduzido nesta ilha, como planta ornamental pelos navegadores portugueses nos séculos XVII-XVIII. Inicialmente considerado como uma curiosidade botânica, a sua cultura visou primeiramente o abastecimento das casas abastadas.

A sua produção ganhou relevo a partir do século XIX, graças sobretudo ao esforço de gerações de agricultores que, persistentemente, foram aperfeiçoando as técnicas de cultivo que lhe conferem características específicas. A partir deste século o ananás passou a ser encarado enquanto produto com potencial para a economia açoriana. A necessidade de encontrar um substituto para a laranja, proveniente de pomares de citrinos já afetados pela doença da gomose, foi a causa da procura de um novo produto que preenchesse a lacuna deixada por esse fruto no circuito comercial de exportação.

Em 1864 é construída a primeira estufa de dimensão industrial com capacidade para 800 plantas, chegando a atingir na época áurea de cultura um património de 4.300 estufas de produção. É o ano da primeira exportação de ananás.

Com o correr dos anos este excecional fruto transformou-se num verdadeiro ex-libris da região. Os concelhos de Ponta Delgada, Lagoa, Vila Franca a Ribeira Grande são em ordem decrescente os seus principais centros produtores, sendo a Fajã de Baixo a freguesia com maior número de estufas.

Cultivo

O Ananás dos Açores / São Miguel DOP é cultivado em estufas clássicas, tradicionais da ilha de São Miguel, situadas sobretudo na sua costa sul, mais quente e soalheira. Em todas as fases do cultivo são utilizadas “camas quentes”, preparadas a partir de lenha, terra velha, serradura e incenso (Pittosporum undulatum) moído. Mas são exatamente estas estruturas de vidro e de madeira, o modo de produção totalmente biológico e a localização (não há mais nenhum ponto do globo em que se produza ananás à latitude dos Açores) que distinguem o sabor do fruto de São Miguel dos outros tipos de famílias de abacaxi.

Desde que a planta entra na estufa decorrem dois anos até que o fruto esteja pronto a ser colhido e enviado para o mercado. Pelo meio ficam muitas horas de um trabalho penoso dentro de estufas de vidro, onde não entram pesticidas nem herbicidas de qualquer espécie.

Propriedades de Excelência

A literatura fala dele como o «rei dos frutos» e a ciência descobriu-lhe uma quantidade de bromelaína – a desejada enzima que ajuda à digestão e a queimar gorduras – bem maior do que a tem o «rival» abacaxi.

Sabia que o Ananás dos Açores demora dois anos a crescer?

O Ananás dos Açores/São Miguel é produzido em estufas de vidro, utilizando técnicas de cultivo tradicionais: aplicação de «fumos» e utilização de «camas quentes» à base de matéria vegetal. Ao fim de um período de dois anos, desde a plantação até à colheita obtém-se um ananás de qualidades ímpares de aroma e sabor.